segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Entoando a canção da vida do Mestre dos mestres - 2º Verso

O verso da vitória sobre as tentações

Em Mateus 4.1-11, vemos que Jesus, depois de ter jejuado 40 dias, é levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado. Observando essa fase da vida de Jesus, poderemos entender que ele entoou a canção da integridade, da verdade, da santidade.
Em primeiro lugar, Jesus não cedeu aos apelos carnais. Seu corpo realmente precisava de pão, mas seu espírito estava pronto para manter-se intacto, sem ceder a vontade de simplesmente transformar pedras em pães, alimentando-se e assim, saciando a fome do corpo. Aqui, vemos um inimigo tentando mexer com a identidade do Mestre. "Se és filho de Deus...". Meditando sobre isso, vejo literalmente como um desafio, tentando mexer com aquilo que Jesus era. Era por natureza filho de Deus, e não precisava fazer nenhum milagre para provar isso. É como dizer: "eu tenho dúvidas da sua capacidade. Me mostre se vocẽ realmente é filho de Deus". Quantos de nós já ouvimos: "Mostre que você é homem. Aquela sua colega do escritório está a fim de você. Vá lá e mostre que és macho".
A sociedade nos desafia a mostrarmos quem nós somos, e muitas vezes, nos oferece uma recompensa carnal por isso. Mas, o adorador genuíno não se corrompe para mostrar quem ele é. Pelo contrário, ele mostra quem é exatamente pelo caráter que tem, pela integridade, por que não se contamina.
Em segundo lugar, o Mestre não cede aos questionamentos a respeito do caráter de Deus. A ênfase agora é "será que Deus mandará os seus anjos para que te guardem?" Um inimigo terrorista que tenta leva-lo a querer provar quem Deus é. Mas, o Filho, que conhece o Pai, sabe que este não o deixará sozinho. Por isso, ele não precisa provar nada, ele não precisa mostrar que Deus é capaz, nem questionar o seu caráter. Para Jesus, Deus é, e basta! Quem nunca se sentiu tentado a questionar o caráter de Deus? Naqueles momentos em que, parece que tudo está contra nós, nossa carne clama por algo que a sustenha, nossas emoções procuram por satisfação, e nossa alma se abate. Vem a pergunta: "será mesmo que Deus esta olhando para mim? Será que se eu me jogar daqui, ele vai me segurar?" O adorador, a exemplo de Cristo, conhece o caráter de seu Deus, porque vive com ele, tem intimidade, sabe que esse Deus está perto, em qualquer momento, e não precisa ficar tentando provar nada.
Em terceiro lugar, Jesus não cede aos apelos da conquista de algo pelo caminho que parece mais fácil. Provavelmente o nível de tentação mais fácil de ser vencido quando se é aprovado nos anteriores, mas o mais difícil, se acontecer o contrário. Agora, o inimigo pega pesado. Já que o Mestre não tem nenhum problema com a sua identidade e não manifesta nem sombra de questionamento sobre o caráter de Deus, ele apela, então, para aquilo que pode ser a fraqueza de qualquer homem: poder. Mas, não é um poder que custe barato. Custa o relacionamento com o Soberano. É uma troca: "você quer? pode ter, mas troque o alvo da sua confiança. Tire a sua fé do seu Deus e corrompa o seu caráter, prostrando-se ao que o sistema pode lhe oferecer."
Porque tentar crescer na empresa sendo íntegro, se você pode atingir um cargo mais alto com muita facilidade, quebrando o princípio da lealdade." E por aí vão os apelos. O cara diz que serve a Jesus, mas é acessor do deputado Fulano de Tal, e ajuda-o no desvio de verbas. O outro é crentão e faz parte da liderança da igreja, mas trabalha no Corpo de Bombeiros, na área de liberação de alvará de funcionamento, e, mediante alguma "ajuda de custo", deixa passar alguns ítens de segurança de determinado estabelecimento. A jovem é cristã convicta, está na universidade porque Deus o colocou lá, capacitando-a a passar no vestibular, mas, não perde a oportunidade de gabaritar as provas por meios, no mínimo, questionáveis. E por aí, vai!
Aliás, poder tem sido a arma de muitos líderes cristãos. Usa-se a fama, a influência alcançada sabe-se lá de que maneira, para dominar as massas de amados irmãos que desejam, acima de tudo servir a Jesus. E usa-se esse povo sincero para servir aos próprios interesses. E a influência, que deveria ser genuína, como resultado de um caráter incorruptível, que serve de exemplo, tem partido de corações ávidos por um poder maquiavélico, onde tudo o que importa são os projetos pessoais e os recursos que daí podem sair. E, pior: maquia-se tudo isso de adoração, de evangelho, de visão de Deus, de obra de Deus. E, ai daquele que é ousado o suficiente para dizer não a este sistema de coisas que rege o mundo evangélico, porque vê o verdadeiro evangelho da maneira que Cristo, Paulo, Pedro e Tiago ensinaram. Este recebe um rótulo: insubmisso.
Sendo bem franco, dá vontade de dizer um monte de verdades. Deixa de palhaçada, camarada! Seja homem o suficiente para assunir que teu deus é o teu umbigo, e que estás sujeitando pessoas amadas a novo jugo de escravidão, e que tudo o que te interessa é a fama, a riqueza e o poder que isso que chamas de ministério pode te trazer!
Mas, nos consola saber que ainda há adoradores verdadeiros, aqueles que não se corrompem. Eles sabem que a canção da sua vida é feita com notas de integridade, que formam a melodia da santificação, da separação do sistema reinante no mundo, e, harmonizando-se com o discurso, agradam o ouvido de sua principal platéia: o Pai, que procura os verdadeiros!
Abraço, no amor do Filho, que venceu tudo para que fossemos mais que vencedores!

Continua...